Maio e a Crise da Civilização Burguesa

Na bibliografia de António José Saraiva, esta obra, Maio e a Crise da Civilização Burguesa, agora em 2.ª edição, teve ressonâncias particularíssimas não só pelo tom fortemente polémico que a caracteriza, mas também pela forma como nas suas páginas se opera uma revisão assaz importante de muitos pontos de vista filosóficos e ideológicos. Escrito com aquela agudeza de argumentação que é peculiar a António José Saraiva, ousada sob muitos aspectos, Maio e a Crise da Civilização Burguesa é um livro essencial para a compreensão das evoluções da mentalidade e da "civilização" burguesa, postas em cheque durante a grande crise de Maio de 1968 e em todos os seus planos de actividade. Num extenso e notável posfácio, em que António José Saraiva, encarando de frente as fundas perplexidades do marxismo, nos explica os fundamentos desta obra, fica arquivado um dos melhores estudos deste ensaísta, a quem se devem já excelentes obras de divulgação e erudição. No Diário de um Marginal podemos seguir a par e passo a insurreição de Maio de 1968, num relato pertinente de cristalinas observações e de interpretações as mais judiciosas e oportunas.