1ª Cruzada - Um Relato de Quem Lá Esteve

Em 1905,em Clermont, o papa Urbano II apela à libertação de Jerusalém. Em poucos meses, a Europa cristã lança-se na I cruzada. Camponeses e cavaleiros, homens e mulheres, jovens e velhos estão na génese do que viria a tornar uma verdadeira epopeia. A fé vai conduzi-los ao oriente, terra de sonhos, de sofrimentos e massacres.
Foucher de Chartres foi um dos raros cronistas a estar presente nessa viagem, dos poucos que pode reconstituir a história a partir da sua própria experiência. O seu relato, cheio de cor, som e vivacidade, permite-nos partilhar o quotidiano dos cruzados cristãos.
«Os Francos passaram então ao assalto, com uma audácia maravilhosa e secundados pela bondade de Deus(...)Nenhum dos infiéis salvou a vida;nem as mulheres nem as crianças pequenas foram poupadas(...)Todos então, com uma voz triunfante, abençoaram e glorificaram o Senhor, cujo direito misericordioso os livraria de inimigos tão cruéis.»
«Depois, os nossos penetraram todos na cidade e apropriaram-se de tudo o que encontraram de algum valor nas casas ou nos esconderijos. Onde quer que encontrasse um inimigo, homem ou mulher, matavam-no. Não havia um único canto da cidade que não tivesse cadáveres sarracenos, e mal se podia caminhar nas ruas da cidade sem se pisar corpos.»
«Os nossos escudeiros e os pobres homens a pé, tendo descoberto o artifício dos Sarracenos para conservarem as suas riquezas, fendiam o ventre daqueles que já estavam mortos, para arrancar das suas entranhas os bizantinos de ouro que tinham engolido quando ainda estavam vivos.»
Um dossier sobre a história da primeira Cruzada completa este documento excepcional.