No Dorso do Dragão

Autor(s) Cláudia Ribeiro

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Editora: Publicações Europa-América
Ano: 2001
Nº Páginas: 407
Peso: 0.460 Kg
Dimensões: 210x140x30 mm
ISBN: 5601072496392
Categoria(s) Autores Portugueses
Disponibilidade: Em Stock
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Não pertenço à geração do Maio de 68, fascinada com a Revolução Cultural que se desenrolava na China longínqua. Nem à geração que já tinha vinte anos no 25 de Abril e se filiou aguerridamente nos pequenos partidos maoístas que proliferavam então. Nunca fui dada ao maoísmo. O meu fascínio pela China nada teve de político. (...) Foram antes os caracteres, na sua poderosa singularidade, que me incitaram e me abriram caminho para um interesse que poderia ter permanecido inconsequente.
Na noite anterior, num restaurantezito com umas quatro mesitas de fórmica cobertas de plástico gorduroso, jantáramos jiaozi ao som arrasador do motor de uma motorizada. A motorizada encontrava-se dentro do restaurante. Ao lado da nossa mesa. O dono da motorizada estava a reparar o motor e acelerava constantemente. O tubo de escape deitava uma fumarada fétida. Mostrámos o nosso descontentamento. Ninguém nos deu qualquer importância. Pareciam achar-nos esquisitos por nos perturbarmos com semelhante ninharia. A custo tragando os jiaozi com sabor a tubo de escape, Ami-san repetia com uma expressão indecifrável:
- É interessante...
Viajante incansável e observadora atenta da realidade chinesa, Cláudia Ribeiro narra-nos em No Dorso do Dragão as suas impressões das diversas Chinas, das suas populações, hábitos e manias, dos seus monumentos e culturas. De Pequim e Xangai ao Tibete, da Grande Muralha e do longínquo deserto de Taklamakan a Hong-Kong e Macau, a pé, de bicleta, de riquexó ou de comboio, a autora dá-nos a conhecer uma outra China, intemporal e moderna, graciosa e caricata, divertida e cinzenta, num relato pitoresco e extraordinário pela sua vivacidade e realismo.
Cláudia Ribeiro nasceu no Ano do Dragão-elemento Madeira (Jia-Chen), no Lubango, Angola. Em 1975, mudou-se com a família para Portugal. Licenciou-se em Filosofia na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Ao mesmo tempo, frequentou o então aí existente Curso Livre de Língua Chinesa. Em 1987 obteve uma bolsa do Ministério dos Negócios Estrangeiros da República Popular da China e, posteriormente, uma outra da Fundação Oriente, para prosseguir o estudo do chinês na Universidade de Línguas Estrangeiras de Pequim. Regressou em definitivo a Lisboa no ano de 1991.
Além do Extremo Oriente, cultiva ainda diversos outros interesses, entre eles a Astrologia, o Fado e o Desenho.