Engenharia da Vida

Dedico este trabalho ao homem simples do povo, ao crítico, ao poeta popular, ao seu elevado sentido de humor e ironia, ao semi-analfabeto mais culto que até agora li, ao pintor de emoções e cirurgião da natureza humana, ao homem que se formou na maior e melhor escola do mundo: a universidade da vida.

No entanto, lamento desiludir-te, amigo Aleixo, mas a natureza humana ainda não mudou. Nos tempos que correm, o ser para quem tu cantaste continua a ser o que sempre foi: um Deus menor sem corpo e um pobre Diabo sem cabeça.

Porém, este diamante por lapidar talvez um dia venha a ser aquilo com que tu sonhaste: um ser humano de corpo inteiro e mente limpa, isto é, que seja solidário, que saiba amar, que não seja invejoso nem perverso, que não se embriague com o conhecimento, que tenha a classe de ser humilde e, acima de tudo, que venha a instituir a maior obra prima da humanidade: a globalização da cidadania.

Aleixo, apesar de teres morrido, aproveito para te dizer que continuas vivo. Em contrapartida, há inúmeras pessoas que, mesmo vivendo nos dias de hoje, há muito que já morreram e nem sequer dão por isso! E há também aquelas que nunca deviam ter nascido… Paciência, é a engenharia da vida!