Paleta e o Mundo, A - Vol. II

"A pintura moderna é obra de loucos? A pintura moderna é a verdadeira e única pintura?"
É um progresso? É a decadência extrema? É um logro? Quando Picasso pinta um duplo perfil, ou uma figura com os olhos sobrepostos, está a divertir-se, a insultar-nos? As cadeiras "tortas" de Matisse ocultam uma escandalosa negação para o desenho?Terão razão os milhares de pessoas que, em todo o mundo, dizem convictamente diante de um Roualt ou de Klee: "Isto também eu faria?"
Autor, do Prefácio
O segundo volume de A Paleta e o Mundo, uma longa conversa com aquelas tantas pessoas que, vendo na pintura moderna qualquer coisa de chocante cujo porquê se lhes escapa, achariam contudo indigno injuriá-la sem terem feito algum esforço para entendê-la; com aqueles certamente tantas pessoas que, querendo formular também a sua hipótese, ao menos para uso próprio, sobre os destinos da pintura, seriam incapazes de fazê-lo sem se informarem primeiro do que isso é.Mário Dionísio é um dos raros intelectuais portugueses que travaram com a arte do nosso tempo um íntimo e profundo conhecimento. Apaixonado pela pintura, expôs durante vários anos nas "Exposições Gerais de Artes Plásticas", mas é particularmente o ensaísta lúcido, penetrante e conhecedor do "ofício" que estuda nos cinco volumes de A Paleta e o Mundo os apaixonantes e debatidos problemas da arte contemporânea.