De uma audácia incrível para as mais arriscadas empresas,(Aníbal)conservava, no meio dos perigos, uma grande prudência. Não havia trabalho que lhe fatigasse o corpo ou lhe abatesse a energia do espírito. Tanto suportava o frio como o calor; no comer e no beber seguia apenas as exigências da natureza e não as do prazer. Vigílias e sonos eram regulados pela noite. O tempo que lhe sobrava dos afazeres consagrava-o ao descanso, que não procurava nem na macieza dos leitos nem no silêncio. Muitas vezes entre sentinelas e guarnições de soldados viram-no estendido no chão, coberto com o simples saio de um soldado. Não era pelos trajes que ele se distinguia dos seus iguais, mas fazia-se notar pelas suas armas e cavalos. Era o melhor infante e o melhor cavaleiro entre todos. Era o primeiro nos combates, o último na retirada. Tão grandes qualidades eram, porém, acompanhadas de vícios não menores: uma crueldade feroz, uma perfídea mais que púnica, falta absoluta de franqueza, de pudor, de religião, de temor dos deuses, de respeito pela fé e pelos juramentos. Com essa mistura de vícios e virtudes serviu durante três anos sob o comando de Asdrúbal sem desprezar nada daquilo que devia revelá-lo, ou fazer dele um homem destinado a ser um grande chefe militar.
Amílcar, Asdrúbal, Aníbal - Os Barcas
Autor(s)
Abel N. Pena
5.90€ 5.31€ -10%
Editora:
Inquérito
Ano:
1999
Nº Páginas:
72
Peso:
0.060 Kg
Dimensões:
175x155x5 mm
ISBN:
5603121260084
Categoria(s)
Autores Estrangeiros
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Disponibilidade:
Em Stock