Vale dos Heróis, O

Gabriel é um rapazinho que vive no vale do Côa com a mãe, a irmã e o avô, na doce inocência da infância.
Mas chega um dia em que já não quer ser criança, quer ser um homem. E, como diz o avô, antes de ser homem há que ser um herói.
Gabriel começa com uma viagem iniciática e mística com o objectivo de reencontrar a alma de um vale ainda virgem de toda a destruição humana e centro de uma das maiores polémicas dos últimos anos na sociedade portuguesa: construir-se uma barragem que iria desenvolver a região ou manter fora de água as pinturas rupestres que tornam o vale do Côa um achado arqueológico único na Europa?
«(...) E agora a minha busca continuava. Tinha de ser um herói de pleno direito e procurava incansavelmente à minha volta a forma de o conseguir.
» Vivia com a minha irmã, a minha mãe e o meu avô no alto do vale do Côa, no norte de Portugal, e há algum tempo que o nosso vale se tinha tornado um vale extraordinário, digno de um romance.
»Devia ser ali construída uma barragem, que iria, sem que eu o soubesse ainda, desempenhar um papel essencial no meu novo destino.
»Devia ser uma barragem gigantesca, e os habitantes da aldeia à beira do rio já tinham sido realojados perto de nós (...)»